O Fiat 500 quer perder a fama de bonzinho. Por isso, foi o escolhido pela montadora para ressuscitar a famosa divisão Abarth no Brasil. Sempre responsável pelos modelos mais apimentados da italiana, ela está de volta cerca de dez anos depois de sua última aparição, no finado Stilo. Equipado com motor 1.4 turbo a gasolina de 167 cv, o 500 topo de linha começa a ser vendido ainda em 2014. Tabelado em R$ 79.300, pretende dificultar a vida de rivais como o renovado Citroën DS3 (a partir de R$ 79.900) e o Suzuki Swift Sport (a partir de R$ 74.990).
O visual não transmite todo o desempenho do conjunto mecânico, é verdade. Mas, já deixa o hatch com menos cara de bonzinho. Entre os principais diferenciais, estão o para-choque dianteiro maior, rodas de liga-leve de 16 polegadas exclusivas, com pneus 195/45, e a dupla saída de escape cromada, que faz um bom trabalho em deixar o ronco do motor mais grave, com direito a estampidos fortes nas trocas de marcha. Além, é claro, dos frisos laterais que identificam a linha Abarth e dos retrovisores, que podem ser vermelhos, brancos ou pretos, sempre em contraste com a carroceria preta, vermelha, branca ou cinza. Como não poderia deixar de ser, a Fiat não poupou o escorpião que identifica a divisão esportiva. O símbolo está na grade dianteira, tampa do porta-malas, volante e, claro, no motor.
E é exatamente lá que está o principal trunfo do 500 Abarth: o 1.4 Multiair 16V turbo de 167 cv a 5.500 rpm e 23 kgfm entre 1.500 e 4 mil rpm. Para contribuir com a tocada esportiva que o hatch pede, o câmbio é manual de cinco velocidades, com engates precisos. Segundo a montadora, o hatch chega a 100 km/h em 6,9 segundos e tem velocidade máxima de 214 km/h. Ainda não tivemos oportunidade de levá-lo para nossa pista de testes, mas no contato que tivemos com o modelo no Autódromo Internacional de Goiânia, ficou clara a maior disposição dele para as pistas.
Desde baixas rotações, o modelo mostra vigor para acelerar. Apesar do torque máximo desde cedo, é trabalhando em giros mais altos que o Abarth dá mais gosto de dirigir na pista. Na reta principal do trajeto, quando o modelo ainda não dava mostras de sentir falta de fôlego, o conta-giros beirava as 4 mil rotações a 120 km/h. Os freios, com discos redimensionados e pinças maiores, dão conta de segurar o hatch antes de uma curva. Então, basta reduzir uma marcha para o 500 Abarth voltar a mostrar toda a disposição que tem para a diversão. Nas curvas, o conjunto de suspensão (independente na dianteira e eixo de torção na traseira) se mostra mais firme do que o das outras versões, mas não chega a deixar o modelo duro para o uso urbano.
A direção de assistência elétrica é bastante direta, mas fica melhor e mais firme quando o modo Sport é ativado, por meio de um botão no painel. O sistema também deixa o pedal do acelerador mais sensível e altera a pressão do turbo (que pode ser monitorada pelo mostrador posicionado ao lado esquerdo do volante). Pena que o volante tem dimensão maior do que o ideal para modelos esportivos.
O pacote de itens de série é completo, como não poderia deixar de ser em um carro nessa faixa de preço. Os bancos são do tipo concha com revestimento de couro, o ar-condicionado é digital e o volante tem comandos de rádio. Há, ainda, faróis de neblina, limitador de velocidade, assistente de partida em rampas, computador de bordo e sistema de fixação Isofix. Teto solar e sistema de som da marca Beats serão vendidos como opcionais, a preços que ainda não foram definidos. Quando o assunto é segurança, o modelo conta com sete airbags, controle eletrônico de tração e estabilidade, alerta de frenagem de emergência e controle de transferência de torque.
Sim, especialmente para quem quer um segundo carro, voltado para a diversão. De dimensões modestas (2,30 metros de entre-eixos), o modelo não tem espaço para transportar confortavelmente passageiros no banco de trás, apesar de ter o tamanho ideal para evitar dores de cabeça no trânsito urbano. Tabelado em R$ 79.300, porém, o 500 Abarth vai não só enfrentar o Citroën DS3 (cuja versão reestilizada chegará às lojas em breve) e o Suzuki Swift Sport, mas também o elogiado Volkswagen Golf. Na versão Highline, o hatch médio é vendido por R$ 75.830 (motor 1.4 turbo a gasolina de 140 cv câmbio manual de seis marchas) e sai por R$ 82.910 com transmissão automatizada de sete velocidades e dupla embreagem. Além da pegada esportiva, o Volks oferece maior espaço e conforto para uma família. A briga e a diversão vão ser boas.
Ficha técnica
Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, comando duplo, turbo, gasolina
Cilindrada: 1.368 cm³
Potência: 167 cv a 5.500 rpm
Torque: 23 kgfm entre 2.500 e 4.000 rpm
Transmissão: Manual de cinco velocidades, tração dianteira
Suspensão: Independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás
Pneus: 195/45 R16
Dimensões: Comprimento 3,667 m; Largura 1,627 m; Altura 1,490 m; Entre-eixos 2,300 m;
Capacidades: Tanque 40 l; Porta-malas 185 l
Peso: 1.164 kg
Nenhum comentário:
Postar um comentário