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terça-feira, 31 de março de 2015

O “Modo Drift” do Ford Focus RS

Falando em Drift, o Ford Focus RS, que foi o meu primeiro post, vai chegar no mercado com mais esse modo.

O Focus RS demorou a render-se à tração integral – as duas primeiras gerações deram conta de entregar um excelente comportamento dinâmico mesmo com a força indo para “as rodas erradas”, como gostam de observar alguns entusiastas mais exigentes

Contudo, para garantir que a nova geração de seu hatch über esportivo pudesse encarar a concorrência em igualdade, a Ford adotou um sistema de tração integral com vetorização de torque. Como já explicamos, usando uma série de sensores capazes de medir as condições de aderência e o estilo de condução, o sistema varia continuamente a distribuição da força do motor entre os eixos dianteiro e traseiro e entre as rodas da esquerda e da direita. Com o recurso, o carro consegue manter as condições ideais de aderência em virtualmente qualquer situação – coisa fina.

Acontece que, de vez em quando, diversão significa perder um pouco de aderência – de que outro modo se pode soltar a traseira e deslizar de lado? Normalmente carros de tração integral não permite que você faça isso, mas o Focus Rs sim.

Como isto é possível? Graças ao Drift Mode!
Na prática isso significa que ao apertar o botão que ativa o Drift Mode no console central, você irá modificar os parâmetros do controle de estabilidade para que ele permita que a traseira deslize por aí, livre, leve e solta — e sem desligar o controle completamente. Como ele faz isso?
É um sistema bem sacado e se baseia praticamente apenas na programação dos controles eletrônicos do carro. Lembra que o sistema de tração integral consegue colocar o torque onde bem entender? No modo Drift ele manda 70% da força para as rodas traseiras para manter a derrapagem controlada até onde você conseguir. Para que o controle de estabilidade não entre em cena matando o motor e freando as rodas, a programação do Drift Mode torna as babás eletrônicas mais permissivas em relação ao destracionamento e o ângulo de guinada.
Enquanto isso, a ECU continua recebendo todos os parâmetros lidos pelos sensores de posição do carro, das rodas dianteiras e do volante e é aqui que entra a boa sacada dos engenheiros: os sensores capturam os comandos do motorista — qual pedal está pressionado, em que ângulo está o volante, quanta carga há no acelerador —, qual a velocidade de cada roda e em que posição o carro está. Se a posição do volante não estiver adequada com a guinada do carro, por exemplo, o controle de estabilidade entra em ação. Enquanto o motorista mantiver todos os parâmetros de leitura adequados por conta própria, o controle de estabilidade fica ali sem dizer nada, só olhando…
Se você quiser explicar isso para seus amigos não-tão-gearheads, diga o seguinte: os sensores conseguem identificar a velocidade com que o carro está desgarrando a traseira e saber se o motorista está dando conta de controlá-la. Enquanto não identificar uma perda de controle, o sistema não fará nada para corrigi-la.
Dave Pericak, o chefão da Ford Performance, afirmou que o Drift Mode “é uma excelente ferramenta de aprendizado para te ajudar a desenvolver suas habilidades – o sistema trabalha com você, e não contra você”.
Em teoria, também é possível desligar completamente o controle de estabilidade e confiar nas suas próprias habilidades para controlar as derrapagens. Contudo, Periack garante que o carro sempre será mais fácil de controlar com o ESC ligado e que ele não interfere na diversão. Na verdade, ele diz que é como a rede de segurança embaixo de um trapezista. “Ela está lá, mas você ainda tem que subir lá em cima e fazer as acrobacias sozinho”.


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